Entrega das máquinas foi feita pelo Instituto Paulo Rocha, que busca a inclusão digital de 180 alunos da entidade
Em solenidade realizada na noite de terça-feira (4), diante de inúmeras autoridades civis e militares, o Instituto Paulo Rocha formalizou a doação de 10 computadores completos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Niquelândia, para estimular a inclusão digital aos 180 alunos assistidos pela entidade. O Conselho da Comunidade de Niquelândia (CCN), atualmente presidido pelo advogado Almir Araújo Dias, também colaborou com a doação de 20 mesas e cadeiras para a implantação do laboratório. O espaço deverá receber oportunamente outras 10 máquinas numa sala especialmente montada para esse fim, com acesso exclusivo pela Avenida Menezes.
"Esse era um grande sonho que tínhamos. Vamos, de início, ministrar cursos de informática básica, mas o nosso trabalho com as crianças agora poderá ser muito mais avançado. Inclusive, nós estamos também aguardando a aprovação de um de nossos projetos, por parte da mineradora Anglo American", comentou a presidente da Apae niquelandense, Porfira Moreira de Paiva Queiroz.
De acordo com ela, a Apae funciona em Niquelândia graças ao apoio da administração do prefeito Ronan Batista, que garantiu a adequação do espaço do novo laboratório. Neste ano, com uma verba prevista de R$ 156 mil, o Poder Executivo custeia o aluguel do imóvel onde a entidade funciona (na Avenida Almirante Tamandaré, bem próximo da Praça Silva Júnior); os vencimentos de seus 40 funcionários (entre professores, pedagogos, fisioterapeutas, neurologistas, psicólogos e fonoaudiólogos); e o combustível de duas Kombis, que pertencem à Apae.
"Nós estamos investindo, sim, mas ainda acho que poderíamos investir mais na Apae. Como eu sempre falo, tenho a vontade de construir uma sede própria para a entidade; e espero que até o final do ano eu possa começar a trabalhar nesse desafio. E essa parceria com o Instituto Paulo Rocha, que se mostrou muito ativo na doação dos computadores, faz também as coisas acontecerem. Estamos sempre prontos para auxiliar essas crianças especiais. Se elas dependem da gente, nós também dependemos daqueles sorrisos maravilhosos", afirmou o prefeito Ronan Rosa Batista (PTB), que participou do evento e do corte da fita inaugural do laboratório.
A presidente do Instituto Paulo Rocha, Lucíula da Silva Rocha, lembrou dos benefícios que a entidade asssegurou ao município, voltando seu foco para as áreas de Educação, Cultura, Meio-Ambiente; preservação do Patrimônio Histórico; e desenvolvimento tecnológico. Por meio do instituto, que possui oito sócios fundadores (filhos de Paulo Rocha com Jandira Camelo), todas as escolas estaduais de Niquelândia foram agraciadas com salas de informática, segundo ela.
ENTIDADE PROMOVE MOBILIDADE SOCIAL
No ano passado, Lucíula levou ao município uma carreta com 20 computadores, que ficou instalada na Praça Santa Efigênia durante 60 dias. À época, 132 pessoas fizeram o curso de informática básica. Depois, ela contabilizou o recebimento de inúmeras cartas e e-mails de jovens, que agradeceram pelos ensinamentos e pelo fato de estarem hoje empregados nos mais diversos ramos do comércio local.
"Isso nos deu mais força para seguirmos adiante", comentou Lucíula. Ainda em 2006, o Instituto Paulo Rocha elaborou dois projetos de inclusão digital para atender a Apae e a Secretaria Municipal de Educação de Niquelândia, com recursos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, respectivamente. Porém, entraves de natureza burocrática atrapalharam os planos iniciais. Preocupada, Luciúla decidiu intervir em favor da Apae, apesar do Ministério do Desenvolvimento ter aprovado 22 projetos para Goiás.
"O Instituto Paulo Rocha foi agraciado com o tele-centro para fazer parceria com a prefeitura e colocar as pessoas em sintonia com o mundo moderno. Porém, a exemplo do Banco do Brasil, as máquinas ainda não foram disponibilizadas. Viemos fazer uma visita à professor Porfíra e vimos a sala montada, pronta. Foi aí que o instituto decidiu comprar essas dez máquinas e doar para a Apae, pois era uma coisa absolutamente merecida", afirmou Lucíula.
Na oportunidade, a presidente do Instituto Paulo Rocha justificou o investimento na Apae. Lucíula citou números de uma reunião promovida na Tunísia pela Cúpula Mundial da Sociedade da Informação que coloca o Brasil apenas na 43ª posição no ranking da utilização de computadores, entre 64 países pesquisados; e de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, atestando que apenas 13% da população brasileira 'navega' regularmente pela internet", enfatizou Lucíula.
Euclides Oliveira
Fonte: Jornal Diario do Norte